Barcos que passam ao longo do cais
Levando consigo tristezas a mais
Barcos que vão buscar o seu pão
Barcos que vão encontrar solidão.
Passam-se noites, passam-se dias
E tu não mais voltas, como merecias.
Deixaste na terra as tuas raízes
Deixaste na terra vidas infelizes.
As tuas crianças estão semi-nuas
De vermelho e negro se cobrem as ruas
Crianças que ficam sem o pai mais ver
É a vida que passa, tristeza é morrer.
Um homem do povo que morreu no mar
Levanta-te amigo, começa a lutar.
Contra esses senhores que te fazem escravo
Levanta-te amigo e mostra-lhes um cravo.
E a vida seguiu e o homem morreu
E a mãe a chorar não mais esqueceu.
Não te deixes mais roubar, ó pescador
Pela vida vais lutar
Luta pela Liberdade pescador
Pelo Poder Popular.
Ana Lúcia Massas, Caderno n.º 3
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Barcos que passam ao longo do cais
Consulte também:
Ana Lúcia Massas,
Colectânea,
Os 1.ºs Poetas Almadenses
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