domingo, 19 de outubro de 2008

(Depois de ler Antero de Quental)

que noite me fadou para ser livre
no mar imaginário da saudade?
que pérola de pranto me plantou
o pé no visco de uma soledade?

quem foi? quem provocou a diatribe
do sol salgado pai desta vaidade?
foi porventura um deus que germinou
ainda o tempo não era verdade?

Affonso Galo, Caderno nº 1

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