Batem e rebatem, as contas de metal,
tristeza pintada a rabiscos em papel.
O seu ritmo constante, a cadência fatal,
murmura os instantes do teu riso cruel.
E apenas sabendo
quanto me fazes sofrer,
as contas de metal
vão parar de bater
Correm e recorrem, as contas de metal,
despem a tua capa em vícios envolta.
Gritam a tua alma, a crueza sem igual
e dói-me no estômago um sabor a revolta.
E apenas sentindo
quanto me fazes perder,
as contas de cristal
vão parar de correr.
Batem e rebatem, as contas de metal,
gravando em fogo, poesia letal.
São ecos sem nome, passeiam pelo ar,
é o espectro da fuga que me quer sufocar.
E apenas gritando
o quanto me fazes doer,
as contas de metal
vão parar de bater.
Paulo "Aelin" Moreira, Caderno nº 12
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