São os rios cheios de espuma,
É a ambição desmedida,
São os animais encurralados,
É a morte ao Sol, que nos deu a vida,
São as baleias que dão à costa, em agonia,
É o discurso que transborda, na forma,
São as aves, negras do grude pesado,
que lutam em desespero mortal,
É o cheiro desagradável que insiste,
São as florestas arrasadas,
É o arfar pelo sujo ar que se respira,
São os paraísos inventados,
É a persistente neblina que abafa,
São povos inteiros em debandada,
É a claustrofobia crescente,
São as filas de gente em espera,
É o desencontro permanente,
Oiço este grito,
constantemente!
Conceição Cotta, Caderno nº 9
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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