Eu vi-te como o Sol quando desponta
e lava a natureza em derredor;
teu riso era uma alacre e doce afronta
ao mundo que me envolve em escuro e dor.
Sonhei em ti carinhos de alma tonta,
e em mim ergui um altar para te pôr;
não quis amar-te mais que certa conta
... e amei-te até ao fim do meu amor.
Sonhei-te leve, etérea, golpe de asa,
ardente quando amasses, divinal
no dar’s-te e no tomar’s minha alma em
[brasa ...
... E mal chegou a hora de te ter,
o sonho se esfumou porque, afinal,
sonhei-te deusa – e eras só mulher!
Bernardes-Silva, Caderno nº 8
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