quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Toca toca telefone toca

São trinta dias num mês
Continuo sem marcação outra vez
Passo horas encostado ao telefone
O silêncio é forte
Entra devagarinho como a morte
Vem em vagas demoradas
Sozinhas ou acompanhadas
É sempre indiferente

O sol nasce e corre os céus
Agora já é tarde
À noite o telefone
Não toca mesmo
Vou-me deitar
A cantar e assobiar
Para quebrar o silêncio.


Jorge Fialho, Caderno nº 11

Sem comentários: