sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Frio

à volta os olhos. arestas
manhã cinzenta. olhos negros,
olhos lentos.

resguardo corpos de frio.

à volta os olhos. arestas
prisões de frio.
submerso ainda no meio sonho
olho
paredes brancas do quarto frio
rumor de gente e carros,
um cheiro pressentido de castanhas ao lume
corpo mole,

é inverno.


(Outubro 1997)
António Vitorino, Caderno nº 40

Sem comentários: