Pergunta ao vento que passa,
pra onde vai de fugida?
Pede ao vento que te faça
a descrição da desgraça
que viu na sua corrida.
Pede para te informar
se por esse Mundo além
viu crianças chorar
por não lhes poderem dar
o carinho duma mãe.
Pede para que te diga
se para se ser feliz
é necessária a intriga,
a desunião, a briga
e verás o que te diz.
Pede para que te informe
se há no Mundo um lugar
onde ninguém tenha fome
e cada um se conforme
sem viver a protestar.
E verás que sem te ver,
sem sequer mesmo te olhar,
o vento passa a correr,
com receio de dizer,
com vergonha de contar!
(Este poema foi publicado na “VII Antologia de Poesia Contemporânea”
Livros Universo – Lisboa – Abril de 1991)
Mendonça Ferreira, Caderno nº 16
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