sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Prisioneiro

As tuas asas foram cortadas
Já não podes mais voar,
À realidade te trouxeram
Não te deixam mais sonhar.
E enquanto baloiças na cama
O soluçar, a voz que te chama
E as lágrimas do teu olhar,
Não te conseguem deixar.
Por isso, manténs os olhos abertos,
Quando queres adormecer.
E quando vês o dia amanhecer,
Queres estar onde te apetecer
Sem que ninguém te diga
Aquilo que deves ou não fazer.
A alegria de viver,
Deixou o teu triste ser,
Em seu lugar ficou,
A tristeza que te amuou.
Pagas o preço dos teus actos,
Estás prisioneiro nos teus retratos
E de tudo aquilo que não amas-te.
Já não podes mais fugir
De tudo o que te está a perseguir.
Baloiçando na cama devagar
Vês uma noite mais chegar,
E o tempo para ti passou devagar.
Mais um dia se passou

A expressão do teu olhar mudou,
As lágrimas dos teus olhos secaram
E os soluçares, acabaram.
A revolta apossou-se de ti,
Não sabes viver sem liberdade
Enlouqueces de raiva,
Gritas de saudade, ...
... E no fim, o grito do silêncio.
Já não estás mais prisioneiro,
Pois a tua alma partiu pelo ar
Ficou livre e começou a voar.
No chão o teu corpo ficou
Para que os outros
O continuassem a aprisionar.

20/06/2003
Susana Cunha, Caderno nº 39

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