Há palavras
que não chegam a nascer.
Ficam-se guardadas
em bocas cosidas,
como mariposas sem asas
impedidas de voar.
Há gestos
de transparência tingidos,
mal-paridos,
perdidos.
Nados-mortos abandonados
e nas mãos, esquecidos.
E há vontades!
Amarradas.
Mentidas.
Espartilhadas.
Com grilhetas mantidas.
Que morrem enfraquecidas
como palavras,
- guardadas.
Como gestos,
- impedidas.
Dulce Lázaro, Inédito
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
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