quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Neste pranto

Um rosto proibido
na distância do adeus.
Um sorriso tão querido
perdido aos olhos meus.
Palavras que não são.
Pensamentos por dizer.
Neste canto de solidão
mesmo à beira do perder

E a luz cai-me dos olhos
num lago por desenhar.
O seu fundo são escolhos
de um verbo por inventar

Triste brilho de cristal
no meu rosto a bailar
É apenas água e sal
entre o partir e o deixar
E resta só um grito mudo,
como que um céu a estalar
A noite cai e é tudo,
neste meu mundo a mudar.

Dos meus olhos a luz cai
num lago por desenhar.
É um pranto que se esvai
do meu sonho a sangrar.


Paulo "Aelin" Moreira, Caderno n.º 12

Sem comentários: