Que foi que me atraiu quando chegaste?
O corpo? Não, decerto, muito embora
se mova mais flexível que uma haste.
Seria a boca, cheia de amoras?
Ou foram esses olhos que lançaste
com gelo, e fogo, e mel, p’la sala fora?
Ou foi o ar sozinho com que entraste
de quem vive isolado em toda a hora?
Por mais que me interrogue é sempre “não”
que a alma me responde! Mas olhar-te
provoca-me uma doce embriaguez.
... E, após muito pensar, concluo então
que fui, não atraído só por parte,
mas sim por ti inteira, tal qual és!
Bernardes-Silva, Caderno nº 8
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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