Desaparecer!
Tornar-me uma partícula de pó
que povoa o velho rodapé
de um quarto escuro.
Deixar que o sopro tome as rédeas do meu ser
e simplesmente flutuar sem qualquer destino.
Ouvir as palavras sumptuosas do poeta
que, na solidão, vocifera
defronte à sua translúcida imagem,
profetizada num espelho
que se quebra
em mil pedaços
de uma amplitude tamanha
que se volvem em mais pó
que povoa o velho rodapé
do quarto escuro.
António Boieiro, Caderno nº 5
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