Tenho da Cultura uma ideia talvez demasiado utópica: espaço social onde o grau de formalismo se esbate nas práticas quotidianas solidárias; campo fértil de memórias e afectos onde todas as expressões artísticas têm a mesma dignidade. Por isso, para mim, a oferta e a fruição das actividades culturais são, sobretudo, formas de participação cívica.
Nesta óptica, encaro a Cultura como um instrumento legítimo de Poder que, quando efectivamente partilhado entre os diferentes agentes (instituições, autores e público), de forma integrada, permite transformar a realidade através da compreensão dos valores da sociedade (passados, presentes e futuros).
Recuso-me a considerar a Cultura como um mero produto comercial, onde o lucro é mais importante do que o conteúdo, e não aceito que se avalie a produção de quaisquer actividades culturais em função da sua capacidade de gerar dinheiro, apesar de reconhecer que é necessário um apoio financeiro para produzir determinado tipo de materiais de suporte.
Para mim, todavia, o fundamental é, e será sempre, o papel desinteressado de quantos estão nesta área “de alma e coração”, porque a sua intervenção não depende de pressões económicas ou políticas... movem-se por “amor à camisola”, dispensam protagonismos elitistas e a sua recompensa é a adesão voluntária das pessoas à causa que defendem e o reconhecimento pelo trabalho realizado. A satisfação íntima, e uma palavra de agradecimento, são as únicas retribuições que consideram adequadas pelo cumprimento dos projectos em que acreditam. Sei, contudo, que esta é uma forma altruísta de encarar a Cultura que nem todos compreendem...
Por isso, quando a Ana Margarida Dias, em Fevereiro de 2003, abriu o C@fé com Letr@s, em Cacilhas, vi ali uma oportunidade única de colocar em prática as minhas ideias e demonstrar que era possível desenvolver um projecto diferente. Imediatamente, lhe sugeri que me permitisse ali implementar um programa integrado que incluía a realização de iniciativas de natureza cultural diversificada, a título gratuito, sem quaisquer custos de funcionamento adicionais.
Dada a permissão indispensável, ficou assim lançada a semente para fazer daquele espaço um “fórum informal”, um centro de “convívio comunitário” com condições ideais para nele germinarem formas alternativas de pensar e fazer a cultura no concelho de Almada. Uma experiência gratificadora que durou quase quatro anos, mas que, infelizmente, por razões diversificadas, foi esmorecendo nos últimos meses e terminou, “sem apelo nem agravo”, com o encerramento do café, em 27 de Agosto do corrente ano.
Lutar contra a iliteracia, fomentar o prazer da leitura e, principalmente, incentivar o gosto pela palavra escrita, eram propostas demasiado ousadas... mas eu sempre gostei de um bom desafio e ultrapassar a banalização da cultura instalada era uma pretensão que me fazia querer ir em frente. O meu horizonte tinha apenas um limite: a disponibilidade de cada um dos colaboradores que se foram juntando ao projecto, na medida em que nenhuma das tarefas era remunerada.
Como toda a colaboração era gratuita e voluntária, os compromissos assentavam, sobretudo, nos laços de amizade que se iam estabelecendo, nas parcerias informais entretanto surgidas e na partilha de benefícios imateriais, entre os quais se destacavam a confraternização geracional e o convívio entre diversos tipos de público.
Enfim... afastava-se a solidão (havia até quem disse-se que as sessões de poesia eram verdadeiras «terapias de grupo») e, através da prática quotidiana de relacionamento entre pessoas tão diferentes (que provavelmente nunca se conheceriam se não fosse ali naquele café), aprendia-se a valorizar a individualidade de cada um e a criar uma nova identidade colectiva, inclusiva, mais participativa e em permanente reinvenção.
A programação cultural era ambiciosa. Incluía a realização de tertúlias (sobre temas da actualidade, da política à história local), de sketches de teatro, a inauguração de exposições temporárias (de fotografia, pintura e desenho), sessões de leitura em grupo (de poesia ou prosa – a «POESIA VADIA» tornou-se um acontecimento marcante na vida cultural de Cacilhas), apresentação de livros e revistas, whorkshops várias, feiras e mercados do livro, etc. ...
Foi neste contexto que idealizei um outro projecto mais específico, destinado a divulgar a poesia inédita dos clientes e amigos do C@fé com Letr@s... E, então, apareceu a colecção Index Poesis, com o objectivo de quebrar a rigidez das regras do mercado editorial a que só acediam os que tinham os conhecimentos certos ou dinheiro para investir.
Assim, para que a poesia nunca mais ficasse aprisionada nas gavetas da memória, ou esquecida em folhas de papel que ninguém lia, foram criados os cadernos «Uma Dúzia de Páginas de Poesia» (brochuras simples, de 12 páginas apenas) e, ainda, os «Marcadores de Leitura» e a série «Letras com o café», um poema para adoçar a bica, e que era oferecido todas as sextas-feiras e sábados a quem pedia uma chávena do dito.
Durante cerca de dois anos, esta iniciativa transformou-se no “porto de abrigo” para os poemas que uma série de clientes do C@fé com Letr@s se dispunham a partilhar entre si. E, curiosamente, acabou por ser, também, um convite à imaginação de quem escrevia incentivando muitos autores a produzirem mais e outros tantos a descobrir talentos que desconheciam ter.
Publicados ao ritmo da oferta (isto é, em função da quantidade de trabalhos que nos eram endereçados), estes cadernos, apesar de serem uma edição artesanal, rapidamente se tornaram numa das atracções mobilizadoras das sessões de «Poesia Vadia» (que se realizavam no último sábado de cada mês) onde eram apresentados.
Com uma tiragem adaptada ao nível da procura e de custos reduzidos (em virtude de o método de produção ser caseiro, ou seja, todas as tarefas do circuito eram executadas pela coordenadora, desde os contactos com os autores, à digitalização dos textos, grafismo, paginação, impressão, reprodução, dobragem e acabamento final) era possível, num curto espaço de tempo, um autor editar um “livro” de poesia, com a vantagem de o poder divulgar entre os habituais frequentadores do C@fé com Letr@s.
Como sempre fiz questão de frisar, a colecção Index Poesis era, apenas, uma forma diferente de comunicar, sem pretensões de excelência literária, onde cada poema tinha o peso das emoções e a qualidade que cada autor exigisse a si próprio. Por isso, todos os poemas eram aceites e tratados de forma igual… fossem de poetas consagrados, e com vasta obra publicada, ou de completos desconhecidos. Talvez por isso, num ápice, aos primeiros doze autores se juntaram mais algumas dezenas, alguns vindos de outros concelhos do país atraídos pela novidade do que se passava no C@fé com Letr@s de que iam sabendo através do respectivo blogue, entretanto desactivado.
O C@fé com Letr@s integrou o roteiro cultural do concelho de Almada, todos os meses vinha referenciado na Agenda Cultural do município, e através dos contactos que se foram multiplicando através dos métodos clássicos do “passa palavra” directo, ou aproveitando as inegáveis vantagens das novas tecnologias, foi possível estabelecer uma rede de comunicações mais flexível, desburocratizada e ágil: o seu jornal, a fanzine O Sabor das Palavras (o qual concebi, coordenei e onde desempenhava todas as tarefas da “cadeia de produção”: selecção de textos, grafismo e maquetagem, reprodução e acabamento final, quer da versão clássica, em papel, ou da versão digital), conseguiu chegar ao Porto e a Beja, por exemplo, onde tinha colaboradores regulares, e ultrapassou as nossas fronteiras, recebendo contributos do Brasil e de França.
Ainda que rudimentar, a presença na blogosfera revelou-se um veículo importante de promoção e divulgação dos artistas e escritores da região, e permitiu que mesmo aqueles que não tinham o dom da palavra falada (para se apresentarem a si próprios nas sessões de poesia) se sentissem com coragem suficiente para partilhar os seus textos.
Embora prosseguisse fins comerciais, o C@fé com Letr@s tornara-se um espaço da colectividade, apropriado socialmente, mas acabou por perder muito do seu carisma e notoriedade quando, por motivos de índole pessoal e profissional, me vi forçada a abandonar a coordenação da sua agenda cultural.
Sem querer destacar ninguém, não posso, contudo, deixar de citar alguns membros da vasta equipa que ao longo destes quase quatro anos possibilitou que ali se realizassem tantas e tão diversificadas actividades: Henrique Mota (da Associação de Cidadania de Cacilhas, O FAROL), Luís Milheiro (da SCALA, Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada), Carlos Guilherme (da Associação 25 de Abril), José Luís Guimarães (do IMAGINARTE) e António Vitorino (da fanzine Debaixo do Bulcão – poezine).
Finalmente, um agradecimento muito especial ao Fernando Barão, por ter acreditado, logo no início, que este projecto tinha potencialidades para se transformar naquilo que conseguiu ser, ajudando na programação de diversas iniciativas (algumas das quais por si dinamizadas), ao professor Alexandre Castanheira, pela colaboração prestada, e à Maria Rosa Colaço que, apesar de já muito debilitada pela doença que a havia de levar numa viagem sem regresso pouco tempo depois, ainda conseguiu encontrar forças para, numa amena conversa à mesa do C@fé com Letr@s, que recordarei para sempre, me dar alguns conselhos e deixar palavras de incentivo à continuação do projecto cultural que eu delineara.
Mas, atendendo a que este projecto assentou no trabalho voluntário e gratuito dos seus colaboradores (da organização aos artistas) tenho, ainda, de agradecer: à Ana Margarida Dias (proprietária do espaço); à Assembleia Distrital de Lisboa, a entidade onde exerço as minhas funções como Directora dos seus Serviços de Cultura (apoio logístico), ao Manuel Barão (concepção dos debates políticos), ao António Boieiro (projecto Doce Cicuta, em parceria com João Lima, entre outras acções, nomeadamente a dinamização das sessões de «Poesia Vadia») e ao Luís Miguel (que nos ofereceu o desenho utilizado na capa deste livro e sempre se disponibilizou para colaborar connosco)... e perdoem-me aqueles que ficaram por identificar, sejam os oradores dos vários debates e tertúlias, os pintores e fotógrafos cujos trabalhos tivemos a honra de expor, ou os escritores, poetas e amigos que participaram nas sessões realizadas. Sem eles nada do que atrás ficou dito seria possível de realizar.
A todos devemos, além da criação artística, um contributo imprescindível: a presença assídua nas várias iniciativas e a forma descomplexada do discurso, o que permitiu interessantes reflexões sobre todas as questões que foram sendo abordadas.
E, a terminar, não poderia deixar de agradecer os elogios que o Vereador António Matos, da Câmara Municipal de Almada, responsável pelo pelouro da cultura, sempre dirigiu a este projecto (alguns por escrito e que ainda guardo), assim como o apoio da Junta de Freguesia de Cacilhas que, desde início, deu o seu aval às actividades por nós realizadas publicitando-as nas respectivas instalações.
Cacilhas, 28 de Outubro de 2006
Maria Ermelinda Toscano
Nesta óptica, encaro a Cultura como um instrumento legítimo de Poder que, quando efectivamente partilhado entre os diferentes agentes (instituições, autores e público), de forma integrada, permite transformar a realidade através da compreensão dos valores da sociedade (passados, presentes e futuros).
Recuso-me a considerar a Cultura como um mero produto comercial, onde o lucro é mais importante do que o conteúdo, e não aceito que se avalie a produção de quaisquer actividades culturais em função da sua capacidade de gerar dinheiro, apesar de reconhecer que é necessário um apoio financeiro para produzir determinado tipo de materiais de suporte.
Para mim, todavia, o fundamental é, e será sempre, o papel desinteressado de quantos estão nesta área “de alma e coração”, porque a sua intervenção não depende de pressões económicas ou políticas... movem-se por “amor à camisola”, dispensam protagonismos elitistas e a sua recompensa é a adesão voluntária das pessoas à causa que defendem e o reconhecimento pelo trabalho realizado. A satisfação íntima, e uma palavra de agradecimento, são as únicas retribuições que consideram adequadas pelo cumprimento dos projectos em que acreditam. Sei, contudo, que esta é uma forma altruísta de encarar a Cultura que nem todos compreendem...
Por isso, quando a Ana Margarida Dias, em Fevereiro de 2003, abriu o C@fé com Letr@s, em Cacilhas, vi ali uma oportunidade única de colocar em prática as minhas ideias e demonstrar que era possível desenvolver um projecto diferente. Imediatamente, lhe sugeri que me permitisse ali implementar um programa integrado que incluía a realização de iniciativas de natureza cultural diversificada, a título gratuito, sem quaisquer custos de funcionamento adicionais.
Dada a permissão indispensável, ficou assim lançada a semente para fazer daquele espaço um “fórum informal”, um centro de “convívio comunitário” com condições ideais para nele germinarem formas alternativas de pensar e fazer a cultura no concelho de Almada. Uma experiência gratificadora que durou quase quatro anos, mas que, infelizmente, por razões diversificadas, foi esmorecendo nos últimos meses e terminou, “sem apelo nem agravo”, com o encerramento do café, em 27 de Agosto do corrente ano.
Lutar contra a iliteracia, fomentar o prazer da leitura e, principalmente, incentivar o gosto pela palavra escrita, eram propostas demasiado ousadas... mas eu sempre gostei de um bom desafio e ultrapassar a banalização da cultura instalada era uma pretensão que me fazia querer ir em frente. O meu horizonte tinha apenas um limite: a disponibilidade de cada um dos colaboradores que se foram juntando ao projecto, na medida em que nenhuma das tarefas era remunerada.
Como toda a colaboração era gratuita e voluntária, os compromissos assentavam, sobretudo, nos laços de amizade que se iam estabelecendo, nas parcerias informais entretanto surgidas e na partilha de benefícios imateriais, entre os quais se destacavam a confraternização geracional e o convívio entre diversos tipos de público.
Enfim... afastava-se a solidão (havia até quem disse-se que as sessões de poesia eram verdadeiras «terapias de grupo») e, através da prática quotidiana de relacionamento entre pessoas tão diferentes (que provavelmente nunca se conheceriam se não fosse ali naquele café), aprendia-se a valorizar a individualidade de cada um e a criar uma nova identidade colectiva, inclusiva, mais participativa e em permanente reinvenção.
A programação cultural era ambiciosa. Incluía a realização de tertúlias (sobre temas da actualidade, da política à história local), de sketches de teatro, a inauguração de exposições temporárias (de fotografia, pintura e desenho), sessões de leitura em grupo (de poesia ou prosa – a «POESIA VADIA» tornou-se um acontecimento marcante na vida cultural de Cacilhas), apresentação de livros e revistas, whorkshops várias, feiras e mercados do livro, etc. ...
Foi neste contexto que idealizei um outro projecto mais específico, destinado a divulgar a poesia inédita dos clientes e amigos do C@fé com Letr@s... E, então, apareceu a colecção Index Poesis, com o objectivo de quebrar a rigidez das regras do mercado editorial a que só acediam os que tinham os conhecimentos certos ou dinheiro para investir.
Assim, para que a poesia nunca mais ficasse aprisionada nas gavetas da memória, ou esquecida em folhas de papel que ninguém lia, foram criados os cadernos «Uma Dúzia de Páginas de Poesia» (brochuras simples, de 12 páginas apenas) e, ainda, os «Marcadores de Leitura» e a série «Letras com o café», um poema para adoçar a bica, e que era oferecido todas as sextas-feiras e sábados a quem pedia uma chávena do dito.
Durante cerca de dois anos, esta iniciativa transformou-se no “porto de abrigo” para os poemas que uma série de clientes do C@fé com Letr@s se dispunham a partilhar entre si. E, curiosamente, acabou por ser, também, um convite à imaginação de quem escrevia incentivando muitos autores a produzirem mais e outros tantos a descobrir talentos que desconheciam ter.
Publicados ao ritmo da oferta (isto é, em função da quantidade de trabalhos que nos eram endereçados), estes cadernos, apesar de serem uma edição artesanal, rapidamente se tornaram numa das atracções mobilizadoras das sessões de «Poesia Vadia» (que se realizavam no último sábado de cada mês) onde eram apresentados.
Com uma tiragem adaptada ao nível da procura e de custos reduzidos (em virtude de o método de produção ser caseiro, ou seja, todas as tarefas do circuito eram executadas pela coordenadora, desde os contactos com os autores, à digitalização dos textos, grafismo, paginação, impressão, reprodução, dobragem e acabamento final) era possível, num curto espaço de tempo, um autor editar um “livro” de poesia, com a vantagem de o poder divulgar entre os habituais frequentadores do C@fé com Letr@s.
Como sempre fiz questão de frisar, a colecção Index Poesis era, apenas, uma forma diferente de comunicar, sem pretensões de excelência literária, onde cada poema tinha o peso das emoções e a qualidade que cada autor exigisse a si próprio. Por isso, todos os poemas eram aceites e tratados de forma igual… fossem de poetas consagrados, e com vasta obra publicada, ou de completos desconhecidos. Talvez por isso, num ápice, aos primeiros doze autores se juntaram mais algumas dezenas, alguns vindos de outros concelhos do país atraídos pela novidade do que se passava no C@fé com Letr@s de que iam sabendo através do respectivo blogue, entretanto desactivado.
O C@fé com Letr@s integrou o roteiro cultural do concelho de Almada, todos os meses vinha referenciado na Agenda Cultural do município, e através dos contactos que se foram multiplicando através dos métodos clássicos do “passa palavra” directo, ou aproveitando as inegáveis vantagens das novas tecnologias, foi possível estabelecer uma rede de comunicações mais flexível, desburocratizada e ágil: o seu jornal, a fanzine O Sabor das Palavras (o qual concebi, coordenei e onde desempenhava todas as tarefas da “cadeia de produção”: selecção de textos, grafismo e maquetagem, reprodução e acabamento final, quer da versão clássica, em papel, ou da versão digital), conseguiu chegar ao Porto e a Beja, por exemplo, onde tinha colaboradores regulares, e ultrapassou as nossas fronteiras, recebendo contributos do Brasil e de França.
Ainda que rudimentar, a presença na blogosfera revelou-se um veículo importante de promoção e divulgação dos artistas e escritores da região, e permitiu que mesmo aqueles que não tinham o dom da palavra falada (para se apresentarem a si próprios nas sessões de poesia) se sentissem com coragem suficiente para partilhar os seus textos.
Embora prosseguisse fins comerciais, o C@fé com Letr@s tornara-se um espaço da colectividade, apropriado socialmente, mas acabou por perder muito do seu carisma e notoriedade quando, por motivos de índole pessoal e profissional, me vi forçada a abandonar a coordenação da sua agenda cultural.
Sem querer destacar ninguém, não posso, contudo, deixar de citar alguns membros da vasta equipa que ao longo destes quase quatro anos possibilitou que ali se realizassem tantas e tão diversificadas actividades: Henrique Mota (da Associação de Cidadania de Cacilhas, O FAROL), Luís Milheiro (da SCALA, Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada), Carlos Guilherme (da Associação 25 de Abril), José Luís Guimarães (do IMAGINARTE) e António Vitorino (da fanzine Debaixo do Bulcão – poezine).
Finalmente, um agradecimento muito especial ao Fernando Barão, por ter acreditado, logo no início, que este projecto tinha potencialidades para se transformar naquilo que conseguiu ser, ajudando na programação de diversas iniciativas (algumas das quais por si dinamizadas), ao professor Alexandre Castanheira, pela colaboração prestada, e à Maria Rosa Colaço que, apesar de já muito debilitada pela doença que a havia de levar numa viagem sem regresso pouco tempo depois, ainda conseguiu encontrar forças para, numa amena conversa à mesa do C@fé com Letr@s, que recordarei para sempre, me dar alguns conselhos e deixar palavras de incentivo à continuação do projecto cultural que eu delineara.
Mas, atendendo a que este projecto assentou no trabalho voluntário e gratuito dos seus colaboradores (da organização aos artistas) tenho, ainda, de agradecer: à Ana Margarida Dias (proprietária do espaço); à Assembleia Distrital de Lisboa, a entidade onde exerço as minhas funções como Directora dos seus Serviços de Cultura (apoio logístico), ao Manuel Barão (concepção dos debates políticos), ao António Boieiro (projecto Doce Cicuta, em parceria com João Lima, entre outras acções, nomeadamente a dinamização das sessões de «Poesia Vadia») e ao Luís Miguel (que nos ofereceu o desenho utilizado na capa deste livro e sempre se disponibilizou para colaborar connosco)... e perdoem-me aqueles que ficaram por identificar, sejam os oradores dos vários debates e tertúlias, os pintores e fotógrafos cujos trabalhos tivemos a honra de expor, ou os escritores, poetas e amigos que participaram nas sessões realizadas. Sem eles nada do que atrás ficou dito seria possível de realizar.
A todos devemos, além da criação artística, um contributo imprescindível: a presença assídua nas várias iniciativas e a forma descomplexada do discurso, o que permitiu interessantes reflexões sobre todas as questões que foram sendo abordadas.
E, a terminar, não poderia deixar de agradecer os elogios que o Vereador António Matos, da Câmara Municipal de Almada, responsável pelo pelouro da cultura, sempre dirigiu a este projecto (alguns por escrito e que ainda guardo), assim como o apoio da Junta de Freguesia de Cacilhas que, desde início, deu o seu aval às actividades por nós realizadas publicitando-as nas respectivas instalações.
Cacilhas, 28 de Outubro de 2006
Maria Ermelinda Toscano
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