quarta-feira, 22 de outubro de 2008

No canto da tua alma

No canto da tua alma
Vejo-te adormecido
como um passarito em intervalo de voo.
Pássaro de penas azuis, suaves, sem asas feridas.
E sorris no sono.
Toco-te com gestos de algodão
para que me sintas,
mesmo sem acordares ...
Olho-te na penumbra do quarto
e ouço-te ronronar quente e baixinho.
Beijo-te de leve
e sei que sabes que sou eu.
Sorris.
Nem sei se para mim,
se para o teu sono-sonho de conquistas,
em que és herói.
Sorrio contigo ... e por ti.
É a altura em que és mais meu, o meu menino.
O meu menino,
no sonho da noite que ainda não tem fantasmas.
Fecho a porta devagarinho ...
Saio pé ante pé ...
e tu, ficas comigo e eu contigo,
no cantinho da tua alma ...
E ficas comigo ... livre, mas meu para sempre.


Nia, Caderno nº 3

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