cansas as pestanas contra
luz dos faróis de irrisão lusco fusco a
descer o céu contra as superfícies duras
dos arbustos e do lixo.
as maçãs apodrecidas do rosto inflamam-se
para de súbito logo
morrerem quase no cume das torres.
desvirtuaste o jogo rompendo a elementar
regra do silêncio
submetendo-nos às agressões à vocalização
banal
lateralizaste os olhos sendo o protagonista
inicial da fuga ao primeiro embate
a abreviatura fácil do medo
e assim perdemos por desistência
a prima batalha.
o incomparável som arrancado à harpa
a ferros impondo-se aquando
da esperança despedaçares
a cabeça contra os livros empilhados
na bagunça da sala ...
a cabeça de vidro de um filósofo
a rolar pela primeira palavra
soletrada a custo
durante a sodomia
e
aí vi que experimentavas como uma droga
nova
meu corpo caído chão de mármore
pronuncio-te na saliva e pertences-me ao
avistar a primeira cabina telefónica
impondo uma segunda tentativa
o apitar intermitente
--- o farol --- a faca
enterrada nos joelhos
transporta o branco das rótulas a contra
luz ao contrário de outros globos de sombra
superaste a anestesia do ar suponho
antes de adormecer sozinho quase
manhã sem esquecimentos ...
e o
silêncio violou-me o sonho enrodilhado
a perguntar ao sono o teu nome
João Vasco Henriques, Caderno nº 13
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
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