faço questão de perguntar as horas
a espaços ...
e todas as respostas (sabem / cheiram)
soam a um facto consumado.
a austeridade da expressão: - são
nove horas e
quarenta e
dois minutos –
transmite per si segurança.
e um certo orgulho.
fito o olhar convicto dos
inquiridos inundado de coisas sábias
sobeja tempo cartesiano
expressões lineares em função do limite.
foco.
percorro corredores de hospitais durante
as horas de visita.
entro no metropolitano em horas mortas.
percorro túneis luz baça neon parando
para ler legendas específicas avulso
a seguir há um rio (obrigatório haver no
conjunto das etapas do trajecto)
medidas prévias para um desenlace positivo
escalas em focos
de som / intensidade luminosa / /
foco.
faço reparações esporádicas no uniforme de
soldado ...
leio um manual de
eficácia comprovada pelo eco
remetido para um conjunto de edifícios
indiferenciados de –
certo um subúrbio ...
o pai faleceu após doença prolongada
enquanto ela
jogava TETRIS num salão de jogos ...
esse tempo todo
recuperou lemas base, paradigmas sólidos à
custa de uma boa dose de barbitúricos
insuportável tiritar dos relógios. já perdi tempo
não surge
não há nada sobre as formas de dizer isto
não
não é isto é tempo
contar até mais infinito desfocar
e que os ponteiros parem! ...
João Vasco Henriques, Caderno nº 13
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