quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Do sonho

Não sei porque penso nas lagoas
[translúcidas
ao longo da Barra da Tijuca
Porque eu acordo para os difíceis passos
mas caminho com o futuro da Infância
numa planície transparente
como aves de chuva ao entardecer
e Águas tão fundas cercando o corpo
de súbitos outeiros
Porque eu acordo sílabas por dizer nas
fronteiras do País de corpo interior
Novo povo sobre o mapa
saudades a Norte das flores do Sul
Porque desperto
com a boca amarga
com impressão doce
de viagem
por uma conversa
à beira-Mar


António José Coutinho, Caderno nº 25

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