Amor, amar-te é tudo quanto resta
A quem gastou a vida sem viver,
Caminhando nas ruas de sofrer
Como quem morre de tédio numa festa.
E esta réstia de luz que vem da fresta
Alumiar as casas de morrer,
Abeirou-se de mim, veio-me dizer
Que a sem vida que vivo já não presta.
E vai baixando o sol no horizonte
Da minha vida, e vai secando a fonte
Onde bebi o fel do meu chorar ...
Que importa o fim de vida que aí vem
Se o corpo moribundo ainda tem
O sol dos olhos teus para o afagar!
Verdizela, 2000
Nogueira Pardal, Caderno nº 33
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