No Monte dos Pensamentos
pensa-se em paz e mais nada,
uma brisa na folhagem,
a vida quase parada.
A tarde cai descansada,
passa uma ave em viagem,
caminho do pôr do sol
perdido no horizonte
e o manto da tarde cai
na paz dolente do Monte.
No Monte dos Pensamentos
há vida, sente-se amor,
não há dores nem lamentos,
há sonhos vindos do céu,
há preces vogando alto
nos farrapitos das nuvens
que passam no céu azul,
como que numa corrida
atrás dos sonhos da vida.
E quando a brisa nos toca,
por entre os ramos vergados
das pequenas oliveiras,
são dedos que acariciam
os passeantes cansados
de andarem a vida inteira
procurando aquela paz,
que têm naquele momento
e até então não sentiam.
No Monte dos Pensamentos
a vida quase que para,
não vai o tempo em fugida.
É que na calma da terra,
na brisa que nos afaga,
a vida volta a ser vida.
(O Monte dos Pensamentos é um lindíssimo espaço rural perto de Estremoz)
Mendonça Ferreira, Caderno nº 16
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