Adormeci num sonho como chama incandescente
suave estrela de alva.
Agora ... viajo inconstante
por vales de tamanho assombro
Grandioso astro iluminando o tempo,
o tempo ... sem destino corre
Alucinação de ser
mentira de existir.
A árvore ...
Mãe criadora o teu canto
cria e sublima a vida.
A verdade de sentir
quando sobre mim a chuva se debruça
beijando-me suavemente
e enlaçando-me no seu terno abraço
Doce ser...!
O sentir de uma verdade omitida ...
O tocar os astros com os dedos sujos
desta carne perversa
O eterno agora ...
A fome do desesperar por um eterno agora.
O falso eterno e a verdade pura
coexistindo sem se tocarem
transportando as asas decepadas
que nós decepámos
todos, todos, todos,
as agoras,
sem sentir,
mentindo com a mente doente,
mente demente que mata o sonho
e atrocida a vida.
E nos esconde, que a realidade
é uma só.
A da escravidão,
escravos de nós
numa prisão sem grades,
sem cheiro,
uma prisão atroz,
invisível,
dentro de nós.
Acomodados e satisfeitos
escravos da mente.
António Boieiro, Caderno nº 5
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