A ordem dos sentidos
agoniza em caos
e com ela os comuns.
Rejubilam as serpentes ...
Maldição entre as mulheres.
Triste criatura pariu um poeta.
O sol já derrama lágrimas
conversa e ri.
A lua debocha nos bares em
busca da terna e ardente paixão.
Os sentidos são o real
E o real o eterno sonho ...
Nasceu um poeta,
a morte perde todo o sentido
e o banal é regado a ouro.
A magia é o ar que se respira.
As musas existem entre operários
e funcionários públicos.
A monotonia e a rotina
padecem na melodia assombrosa
das harpas do vento.
Nasceu um poeta ...
A dor toma a forma do amor,
a maldição é abençoada.
Já não se caminha
simplesmente voa-se.
Tremem os mortais.
Calam-se as tormentas, a ira deixa
de ter chama e a guerra é um
jardim de infância.
Nasceu um poeta ...
Despejem os alambiques
criem néctares embriagantes
dão-se os amantes nas avenidas
e nas praças públicas.
A boémia é Rainha.
Nasceu um Poeta ...
António Boieiro, Caderno nº 5
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