De amor ...
Já não vos falo,
pois em verdade vos digo
Que dele guardo tudo dentro de uma caixa coberta de safiras,
inebriada com o perfume de rosas.
Ah! Formosas rosas,
pétalas de oiro que delas colhi
jazem agora nesta caixa de marfim.
Espinhos colhi também, pois então.
E em dilacerantes uivos
cantei ao vento chagas
que me castigavam o peito.
E, tal rouxinol, confessei a minha dor,
o meu amor.
O meu amor guardo numa caixa,
cheia de saudades e paixão,
de momentos sem tempo,
de espirais de cor, noites de branco veludo,
cálices de doce cicuta,
teias de emoção,
lagos de cristalinas lágrimas,
musas resplandecentes,
luas feiticeiras,
contos de fadas ...
O meu amor ...
O meu amor guardo numa caixa.
António Boieiro, Caderno nº 5
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