estou sentado
à volta de um rosto
virado para um eixo
assimétrico de azul
além da janela,
além da parede sombria, gretada;
dentro do estuque,
outros olhos
viram-se para outra janela.
visito o azul recortado na cal
em vias de recuperar os sentidos,
algures
um barco parece navegar no céu
de súbito, [o rasgar do véu
de Maya]
irrompem vozes da parede
as palavras voam
entrecruzando-se com o ruído branco
após horas seculares, o retorno ...
estar sentado sem rosto
num fim de tarde
perante um céu e um rio
uma cidade camuflada em ambos
Alfama, Lisboa
João Vasco Henriques, Caderno nº 13
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