Despi-me na rua do teu corpo
E nu de mim fiquei à tua espera,
Mas que espera um corpo quase morto
Que lhe traga de novo a Primavera?
Nu de mim, vazio de ti e absorto
Quedei-me nesta dor que desespera,
Sem saber se nasci ou sou aborto
Se o meu futuro ainda é ou era!
Nu de mim estou, porque não sei
Vestir-me do amor que te não dei,
Cobrir-te com o amor que me inspiraste.
Vazio de ti estou por não beber,
Na fonte dos teus olhos, do teu ser,
A água pura que em sorrisos me enviaste.
Amadora, 1961
Nogueira Pardal, Caderno nº 33
domingo, 23 de novembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário