O último soneto do poeta,
Do resto de poeta que eu não sou,
Do resto do amor-resto que te dou
Será o meu soneto mais pateta.
E mais um verso amor, seria a meta
E mais um beijo amor – quem o trocou?
E o leito que sonhámos, onde ficou?
E o céu amor, do nosso amor cometa?
Neste soneto amor, ainda te canto,
Num canto que não sei se é canto ou pranto
Mas onde tudo e nada te prometo.
Recebe amor o amor que faz sofrer,
Recebe a vida-resto por viver,
Recebe amor este último soneto.
Oeiras, 16/04/1974
Nogueira Pardal, Caderno nº 33
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