quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O pijama

A noite. As velas. O teu corpo suado.
A nossa cama.
O pijama atirado para longe de nós.
O abraço quente de amor.
O sono.
O acordar de um dia em que não estás.
Toco com os dedos ,
Os meus lábios sem ti.
Abraço o pijama abandonado num canto.
Abraço-o contra o peito, contra a boca,
Inspirando o cheiro de ti, em ondas de fumo,
Imagens e sons.
Partiste.
O pijama, fica.
Levo-o até ao sol, a secar de perfume manso-suave.
É o teu pijama.
O que fica de ti, por aqui.
Agora, com cheiro a detergente e a sol...
Rosno qualquer coisa de mau,
para esse pijama asséptico!
Quero-te de volta, dentro dele,
com cheiro a suor, com cheiro a ti, a mim... a nós.


NIA, Caderno nº 24

Sem comentários: